Reflexões de Mãe

A armadilha da "Mulher Maravilha"...
Fiquei tentada a escrever um post em 04 de fevereiro agora, contando tudo o que tinha acontecido, o que era um montão de coisas diversificadas, incluindo acordar no interior e anoitecer na praia...

Contudo, como contei no último post, por vezes os textos não saem por falta de terminar de elaborar internamente os conteúdos. Afinal, o que escrevo aqui é sobre MIM, e não uma narrativa programada como se não fosse a vida que vivo.

E a vontade era de escrever isso aqui:
Hoje,
acordei no interior e dormi no litoral.
Portanto, fiz uma viagem, com direito à parada para levar o filho no otorrionolaringologista e naquela cidade lanchar com a família no tipo de estabelecimento que me agrada: simples, indicado pela qualidade, onde trabalha uma família que elabora seus produtos e os vende honestamente.
Pela manhã tomei banho, terminei a mala, cuidei dos lanches e brinquedos a levar, organizei a casa, pedi a tesoura da vizinha cabeleireira emprestada para cortar meu próprio cabelo. Eu cortei o meu cabelo - e DOEI - para a fabricação de perucas para crianças com câncer. Pesquisei o endereço de envio, escrevi no envelope, fiz uma cartinha com meu filho, enchemos de boas energias e levamos aos Correios. 
Precisei terminar uns produtos que vendo, fui (fomos) procurar para comprar fita dupla face, não encontrando na primeira papelaria. Em casa, embalei, empacotei, imprimi a etiqueta e, por fim, colei. Entreguei. 
Troquei mensagens com a Amiga que estava indo da maternidade para casa com seu pititico nos braços. Preparei algum almoço rápido, comemos, limpamos aquela louça  e saímos de casa às 14h.
E isso com meu filhote de 3 anos a tiracolo.
No caminho para a praia me sentia bem por ter conseguido realizar tantas coisas, uma vez que as considerava necessárias ao dia. Me senti a Mulher Maravilha...
Chegando lá ainda conseguimos dar uma pequena volta pelo centro local, jantar e se inteirar de como funcionavam as coisas, onde era a praia para sairmos da cama cedo no outro dia.
Na praia com tratores
Fonte pessoal: blogdabia.com

Poucos dias depois, quando nada parece sair do lugar, e aquela louça do almoço que você lavou e guardou insiste em reaparecer na pia a todo momento (rsrs), a gente se sente o quê??
Porque, convenhamos, tem dia que a gente (no caso, eu... rs) se sente.... hum... como posso dizer aqui? É que a melhor forma de expressar começa com "cocô", e isso não é lá muito fino dizer  =P  Mas você já se sentiu "o cocô do cavalo do bandido"? Olha que esses dias costumam ser bem compridos, viu?!

Aí, ouvindo umas coisas que eu gosto de ouvir para aprender a me conhecer melhor, uma frase foi PÁ! Lá no fundo... "VOCÊ NÃO PRECISA SER MARAVILHOSA, VOCÊ É HUMANA!"
Eu só preciso me aceitar humana! E não querer ser a Mulher Maravilha, como se ela existisse e fosse real. É lógico que no dia em que o coração se enche de alegria de poder doar parte de si a alguém, como foi o caso do corte de cabelo com essa finalidade, parece até que o tamanho do peito aumenta para caber o coração lá dentro! Mas isso porque eu sou HUMANA, e minha humanidade se sente bem em fazer trocas com outros humanos, sejam eles conhecidos ou desconhecidos. Afinal, isso não importa, do lado de fora de mim há muitos humanos, exatamente como eu.
Então, é a Humanidade que me faz vibrar fortemente, e não a fantasia de super heroísmo.

Outra frase que ouvi há pouco e que ajuda a organizar esse raciocínio é que "a criança precisa de imaginação e não fantasia". Para que não haja interpretações distoantes, vou colocar aqui um exemplo: a criança precisa ter a liberdade de criar, e não "receber" as fantasias elaboradas por adultos cheias de distorções/moralidades/comportamentalismo que cumprem a função desejada pelo adulto, como por exemplo a história do Papai Noel... Cada vez que penso nisso, chega a me dar gastura no estômago! Sério! Cria-se uma história (e cada um cria a sua, de acordo com suas 'necessidades'), inventa-se uma mentira combinada e conta à criança como se fosse verdade, e a tirania aumenta quando cobram da criança um determinado tipo de comportamento para que no final ela seja 'presenteada' com um objeto saindo de uma fábrica por aí, quem sabe pela China afora... 
Essa história da "fantasia" de fora para dentro é tão prejudicial à imaginação! A criança passa a fazer suas histórias a partir dos modelos: ela brinca de ser a "princesa" - a partir do estereótipo de princesa, que é cruel, em termos estéticos, que em geral é disneylandeado. 
Tente você mesmo: já viu a fruta physalis? Se conhece essa, tem que tentar com outra, que você nunca viu: já viu jambo? ou araticum? ou pitomba? Pense numa dessas que nunca viu, e tente desenhá-la. Arrá! Você não sabe como é, né? Não tem modelo! Então vai criar, inventar... sentir a liberdade de ser o criador da ideia! 
Mas vou te contar uma coisa: o physalis é uma fruta pequena, alaranjada, casca lisinha que chega a ter um óleo que a envolve. Pff... viu como era "fácil" desenhar? Por que eu não disse antes, né? Continue aí o desenho (ou a representação mental dele): o physalis vem dentro de uma espécie de envólucro, uma capinha, que parece um balãozinho de festa junina, meio enrugadinho, do cabo para a pontinha. Para comê-lo, comece abrindo essa pontinha. Tira essa casquinha natural e pode comer o fruto inteiro.
Complicou? Agora que você sabe que tem um 'padrão' (nesse caso, a descrição do physalis), sente-se incomodado da possibilidade de não tê-lo alcançado? Percebe como você depende de mim para confirmar ou destruir suas ideias? Você ficou sem autonomia, né?

Eu não gosto de me sentir assim, e você? Será que as crianças gostam? Por que os "heróis", justamente o comportamento não-humano é vangloriado? Não te parece que temos isso internamente enraizado e levamos conosco à vida adulta como um ideal? 

Ao 'baixar' minhas expectativas para querer sentir-me simplesmente humana, me dá um alívio danado...
Afinal, a duras penas, cheguei à uma conclusão que posso dizer foi o resumo de lições de 2013 para mim:
TUDO O QUE EU QUERO SER, É PORQUE EU AINDA NÃO SOU!

Se digo que quero ser organizada, na verdade é porque não sou.
Se quero ser mais arrumada, é porque não sou.
Se quero ser mais isso, menos aquilo, é porque ainda não o sou...
Tão simples depois de sintetizado, tão complexo quando vemos que o que a gente quer, parece fugir da gente.

E o que eu quero ser, não estou sendo. O que estou sendo agora? Cadê o espelho? Por que nunca gostei dele? Como posso passar por um e não perceber que minha imagem também passou por ali?

O mundo não precisa de muito, apenas um pouco mais de Humanidade.

Quanto mais Humanidade, necessariamente haverá menos: guerras, fome, exploração, depressão.
O humano é capaz de se colocar no lugar do outro. O herói não pode, ele tem objetivos a alcançar. 

Tenho tido muitos, muitos, muitos pensamentos de coisas diversificadas que parecem querer buscar um encontro, uma finalidade, uma junção. Tô em busca da cola para unir tantos conhecimentos que venho adquirindo e que fazem total sentido para mim. Sabe quando cai um montão de água na pia depois de um tempo ela se 'organiza' em movimento circular e desce pelo ralo de forma coerente? Pois é, tô esperando o momento dessa organização chegar... rsrs
Mesmo com tantas coisas na cabeça, hoje achei que precisava buscar por algo novo. E como você busca algo novo, que não sabe o que é? rsrs Difícil... Mas hoje acabei encontrando EFT. Tô começando a conhecer. 

Interessante que eu não gosto de rótulos para 'definir' pessoas, mas as pessoas buscam por coisas em suas vidas - e todas as coisas têm nomes. Então, não é que eu SEJA isso, mas tenho ações coerentes com isso... e hoje busco uma vida mais simples, minimalista, vegana, de visão holística, natural, agroecológica, atenta, ativa, autônoma, autêntica, compartilhada e humanamente feliz!



Uma grande lição que aprendi com a maternidade
Fiquei grávida e fui perdendo o domínio do meu corpo, que adquiria vida própria e não me obedecia.
Crescia pro lado, crescia pra frente, me enjoava. Me apertava quando eu queria respirar.
Não me permitia fazer tudo o que eu fazia antes.
Eu sempre fui pequenininha, e tive bastante mobilidade. E isso se perdia.
Parecia fugir do meu controle, não depender mais de mim. 

E aprendi uma grande lição: não dá pra dominar tudo!
Não dá pra dominar quase nada. Ou será... não dá pra dominar nada?

Passada toda a reflexão do tema, concluí que a falta de sensação de segurança, me fez muito bem.
Só pra contextualizar: adoro planejar, adoro organizar, gosto de saber onde está cada coisa, quais as consequências para cada ato... Dessa forma, previsionando tudo, eu me sentia bem.

Eu achava que podia controlar, segurar as coisas.
Agora vejo que não.
Ao contrário.
E o contrário de segurar, não é insegurança. 
O contrário de segurar, nesse caso, é soltar.


Com a gravidez, me permiti seguir meu corpo. 
E pedi pra minha mente seguir meu corpo, tentando abster-se de, pelo menos, 9 meses de dominação.


Gostei tanto do resultado... porque soltei.
Permiti que as coisas acontecessem e me senti muito mais livre, muito mais solta.
Eu achava que podia segurar as coisas, e na verdade, elas é que seguravam a mim...


Eu achava que dominava, mas estava sendo dominada pela ideia de dominação... rs
Imagem; iconarchive.com


Transformação total nível 10!
Bah... 
Mais de um ano sem postar. Não faltou vontade, não faltou assunto, não faltou arrependimento por isso... 
Escrever me reorganiza e talvez tenha faltado coragem (humm... não é bem isso), acho que faltou chegar o momento de sentar e me reentender, já que o processo de transformação foi total nível 10, sei lá de quantos níveis, já que não quero limitar a vida, e tenho gostado dela ser tão surpreendente!

Perceberam que comecei o post com "Bah..."?
Uai, a paulista filha de mineiro aprendeu a sentir e expressar o que vem a ser o Bah gaúcho! 

Um breve resumo, muito piquitico mesmo, só para situar das mudanças transformações das quais estou falando:

- mudamos de domicílio: São Paulo para o Rio Grande do Sul
- mudamos só nós três: papai, mamãe e filhinho
- mudamos porque quisemos
- mudamos sem ter nenhum parente num raio de mil quilômetros
- mudamos sem nenhum armário de quarto e cozinha
Casa grande, fim de reforma, pedreiro, pintor, eletricista e todos os outros que faziam com que a nossa casa parecesse um canteiro de obras e não um lar.
A cabeça também mudou um bocado, e queríamos uma casa com menos área interna e mais pátio, afinal ficamos todos juntinhos dentro de casa, além do trabalho de limpar e manter uma casa grande, e além das ideias de que precisamos de pouco para viver - a essência da vida requer pouco! Consequência:
- mudamos de residência: viramos vizinhos da casa que morávamos, e nossos antigos vizinhos passaram para a nossa casa (a grande) e continuamos com ótimos vizinhos. Foi muito bom ter a chance de "escolher" os vizinhos... rsrs
- mudamos para uma casa recém terminada, linda, mas com muitos problemas. Muitos. Alguns (sérios) ainda persistem...

Então saímos de uma cidade enorme para uma cidade micro, do calor abafado e poluído para a beleza da neve e as geadas constantes. Reaprendendo a viver o cotidiano. 
Já pensou em se mudar para um lugar onde t-o-d-a-s as pessoas são suas desconhecidas? Todas as relações são novas a você, todos os lugares e muitos costumes? 

Bem, para ser pequeno, esse resumo já deveria ter terminado, mas vamos considerar todo o tempo de "férias" que o blog teve, está bem? rs

- tornei-me totalmente vegetariana - já tem mais de um ano!!!
(você sabia que leite, ovo e peixe não são vegetais, né? então não pergunte se eu não como nem peixe, tá bom?  =P )
- filhote foi pra creche na cidade nova, pra conhecer outras pessoas e não ter seu 'círculo' de conhecidos restrito a nós dois (papai e mamãe)
- aconteceu o desfralde diurno e o noturno tá quase
- ando cada vez menos dependente de indústrias e grandes corporações em geral (já fiz meu desodorante, aromatizante de ambiente (tudo com óleos essenciais), não uso mais amaciante de roupas e muitas outras coisas)
- especializei-me em comida saudável, pesquisando, aprendendo, testando e comendo, claro.
- voltei a trabalhar fora formalmente
- respondi a perguntas inusitadas a alunos gauchinhos, curiosos sobre a vida em SP, a mais marcante foi "Profi, a senhora era famosa lá em São Paulo?" (O que mais deve se passar nessas cabecinhas, não?)
- conheci o que é minimalismo (brevemente: focar-se no essencial e eliminar o supérfluo), e tenho buscado aplicá-lo nos diversos campos da vida
- fui a SP três vezes em quatro meses especialmente para visitar meu pai, que caiu do telhado e ficou quatro meses internado (quase o tempo todo em UTI)
- viviiiiii e aprendiiiiii demaaaaaais com esse momento
- voltei a estudar e usar Libras
- cantei no show de natal da escola... kkk... que vergonha pública... rsrs

De tudo, de tudo, tem ficado duas coisas bem fortes comigo:
Viver o momento de forma consciente, seja ele qual for, não o desperdice. (É tudo o que você tem, é o agora)
Me peguei vivendo sonhos lá de trás - tô até tentando lembrar outros sonhos pra ver se ainda quero vivê-los mesmo... rsrs), como por exemplo: numa visita que fizemos ao Rio Grande do Sul há uns 7, 8 anos, eu vi uma garotinha que acompanhava seus pais vendendo seus produtos caseiros numa feira de produtos locais, pensei e disse ao meu marido: "É com essas crianças que eu quero trabalhar", como bem escreveu Rubem Alves "Quero ensinar as crianças, elas ainda tem os olhos encantados", e aquela menina os tinha!
E no ano passado atuei como professora substituta na (única) escola municipal da cidade, e conheci de cara pelo menos 300 alunos, podendo trabalhar com uns de maneira mais próxima do que com outros, nas aulas de reforço. Aliás, esteve aqui outra realização de sonho: eu saía com os alunos à pé para pesquisarmos animais pela vizinhança para escrever, ou então para comparar o preço dos mantimentos nos mercados, e tudo de maneira simples e tranquila!
Focalizei rodas de Dança Circular (até com mais de 150 pessoas), sigo cozinhando, criando pratos, e espalhando o que sei sobre vida saudável.

Sigo VIVENDO A ALEGRIA DE VIVER AS ESCOLHAS, de ser e passar o que sei e sou para o meu filho, sigo vivendo o companheirismo do casamento.

Mas bah... do tanto que chorei e ri nesses últimos tempos, talvez o blog tenha esperado o tempo necessário para não parecer confuso ou bipolar... hehehe

Quero - com muita força - não sumir daqui, para que eu não sinta mais essa sensação de que há uma parte de mim perdida (é bem ruim), então terminarei com uma frase que eu tinha recortada de revista quando era adolescente e agora serve para terminar esse post, e é para você:
"Você vem ou será tarde demais?"

De brinde e para comover... rsrs... uma foto do dia em que o sr. misturador de comida (meu filho) estava comendo ao mesmo tempo: polenta, morango e chimarrão, era uma bicadinha em cada um, sequencialmente - metódico como é - e sem deixar pra depois três coisas que ele adora comer nessa vida. Temos muito o que aprender com esses pequenos pouco formatados socialmente!
Fonte: blogdabia.com


Eu sou, sendo.
De vez em quando, me dou à leitura de algum texto sobre maternidade, geralmente em blogs. Gosto de ler o que passam as mães - compartilhando e usando da alteridade para adquirir experiências, pois ainda que advindas externamente, podem me servir de referência.
Porém, não gosto muito quando alguém escreve "sobre a maternidade", como se fosse um evento à parte do que vivem os envolvidos.

O texto que li essa semana falava sobre 'as mães perfeitas', e a autora as estereotipou como aquelas que ficam com o filho o tempo todo, são ecologicamente corretas, e mais um tanto de coisa lá que - a mim - caracterizavam uma pessoa que pensou muito para agir de maneira diferente da maioria. Primeiro que, 'perfeitas' é um termo que hoje cansa minha beleza... rsrs Alguém que diz isso já logo se coloca na retaguarda, mas atacando: existe um ser perfeito, e este não sou eu. Partindo do princípio de que todos sabemos que ser humano perfeito não existe, o autor da frase se subjulga para comover, para mostrar sua pequenez. Se desculpa por existir! (me poupe...) Os comentários são duais: " apoiada, onde eu assino?" ou ainda "nós, as mães 'perfeitas' também sofremos...", como se o mundo fosse dual e o texto fizesse algum sentido.

Ontem me peguei contentíssima por acertar - de primeira - retirar de uma massa de doces, 14 gramas de cada vez! Explico melhor: tenho feito doces para vender, e da massa preparada, eu pego um bocadinho e peso. Até 7 vezes seguidas de exatas 14 gramas eu contei! E minha satisfação era de ser tão precisa! E tava contente mesmo... rsrs
Depois, que faz isso e aquilo, pensei que eu gostaria, em cada coisa que eu colocasse a mão, fazê-la de forma excelente, ou seja, caprichar em tudo. T-U-D-O. Não importa o quê, quero fazer bem feito a minha ação naquele momento. 

Ah... Como nomear as coisas é bom, não? Identificar, nomear, saber explicar, é aliviante! Por isso é tão importante sermos pacienciosos para compreender as crianças: elas, muitas vezes, não sabem nomear seus problemas ou sentimentos, e isso angustia. Nós, os adultos, é que podemos desenvolver a capacidade de compreender isso e ler os sinais que a criança apresenta, e na falta de entendermos exatamente o que é - o que é bem comum - podemos nos solidarizar para ajudar-lhes a passar pelo momento difícil: isso inclui ataques de birra. (Texto maravilhoso sobre isso aqui!)

Não há expectativa de perfeição mais em mim, e nem essa história de 'ser perfeccionista'. Não! Saiu tudo quando eu compreendi que eu quero fazer bem feito o que aparecer pela frente. Gosto de ser precisa nos movimentos e ter excelência nas ações. Faço tudo da melhor maneira possível. 'Dou o melhor de mim' e durmo com a consciência tranquila...

Eu sou feliz sendo!
Imagem pessoal: blogdabia.com
E você, já encontrou aquilo que faz que “é tão seu”? Como sente-se bem, verdadeiramente?

Fácil não é...
Conversando com uma colega recém-casada e que pretende ser mãe, comentei sobre o início da amamentação que minha Amiga está passando nesse momento. A colega recém-casada chegou em minha casa enquanto havia entre minha Amiga e eu uma troca de mensagens sobre a amamentação, o que fazer, onde procurar apoio, a 'culpa' por não sair da forma esperada, a opinião da pediatra, e muito mais. 
Aí eu me lembrei que as propagandas sobre maternidade que eu já assisti eram lindas, sempre com crianças mamando tranquilamente, e a mamãe sorrindo enquanto incentiva a outras mães a fazerem o mesmo. Não há mentiras ali, na minha opinião, há omissão de possibilidades: reais, frequentes e muito comuns. O bebê pode não pegar direito, seu bico pode ser invertido, pode doer, empedrar, rachar (cortar mesmo, de sair sangue e você ver sangue na boquinha do bebê), é preciso estar fisicamente e emocionalmente disponível para o momento, pode doer as costas, os braços e o pior... pode ser que seu bebê chore (aparentando fome), durma a cada encostada no peito e acorde toda vez que for afastado dele, pode não estar engordando como as famigeradas tabelas que alguns pediatras seguem, e pode não demonstrar tranquilidade e sensação de conforto como na propaganda.

"Epa! Tem algo errado aí!" O que as mães têm de 'bagagem' para amamentar? Se for uma propaganda de TV, ela logo vai achar que há algo de errado com ela, e infelizmente, nossa 'vergonha' de sentir que está fazendo algo errado faz com que calemos e nos retiremos. Se houve uma instrução boa, uma pesquisa boa, uma amiga ou profissional boa ao lado, a mãe logo vai perceber que há uma falha sim, mas é no comercial de TV, e não nela. Que a vizinha da vizinha e a mãe da mãe também passou por essas - e outras - que ela talvez nem passe, pois cada um tem sua história. Mas que, no fundo, só corroboram como testemunho de que calar, se culpar, se retirar e se envergonhar são o caminho certo para o fundo do poço, aquele terrível lugar onde podemos chegar ou ao menos nos avizinhar do chamado babyblues (junte cansaço e queda brusca de hormônios, com inexperiência e responsabilidade enorme por um novo ser). Ou seja, se não nos cuidarmos, há um risco de sentirmos muita tristeza e angústia num período que pode ser maravilhoso. Veja bem que eu escrevi "pode ser", e não "tem que ser", pois essa última frase carrega um peso danado... ela nos põe a obrigação de sentir algo. E você já tentou se forçar a sentir algo que não está sentindo verdadeiramente? Gostou??? Sabe, pra um monte de coisas, não há mistério para compreender, basta colocar-se no lugar do outro, colocar-se na situação como se a estivesse vivendo, e vê se pára de se cobrar e de cobrar os outros de que eles "tem que" alguma coisa...

Mas.... ao contar à colega (a recém casada, lembram? rsrs) que não era fácil amamentar, ela respondeu MUITO SURPRESA: "Não?". E ela é professora de criança pequena, assim como eu também fui antes de ser mãe e fui pega de surpresa na realidade. Mesmo o contato com os pequenos não nos dão o conteúdo 'ser mãe' de forma automática! Fiquei muito contente em poder dizer-lhe que não é fácil, mas que, em geral, são situações que passam logo, e que existem apoios. Bem, a mim foi de grande utilidade o grupo Amigas do Peito, que pela internet (pela leitura dos relatos, das perguntas e das respostas acolhedoras), muito me ajudaram.
Fico contente em poder viver a realidade ---- e não o ideal heroicizado ---- e lembrar às pessoas dessas coisas. Somos tão reais quanto podemos ser!

'Não ser fácil', no contexto a que me refiro, é uma afirmação que serve para acender o desejo de mais conhecimento, de ser capaz de se solidarizar (aos homens é importante saber disso!) e de encorajamento para passarmos pelos dias mais complicadinhos. Ou não há dias chuvosos ainda que em pleno verão?

(Escrevi sobre isso aqui, há mais de três anos.)
Imagem do site: amigasdopeito.org.br

O vômito da meia noite...
Que tal o título da postagem?
Filme de terror, de drama, de sátira... o que te parece?

E assim foi na quinta passada: era meia noite quando o filhotinho acordou vomitando.
Ele estava dormindo em nossa cama, de modo que pudemos ajudá-lo rapidamente.
Vomitou umas três vezes, chorou um pouquinho e depois ficou bem.
Eu fiquei cismada que foi um pão de forma que comemos, de uma marca que eu nunca tinha comprado antes, acho que não caiu bem.

Achei bem interessante alguns aspectos:
1) ele vomitou e eu acordei falando "vira ele de cabeça pra baixo", e já fui colocando ele com a boca virada para o colchão. Automatizei a ação que tanto me preocupou quando ele era bebê, e eu temia que ele engasgasse/regurgitasse leite e se sufocasse... ufa, passou essa fase!
2) marido e eu fizemos uma bela dupla produtiva (rsrs), falávamos para ele ficar calmo, que não tinha problema em vomitar, que ele ficaria bem, e assim que ele terminou, meu marido já o levou para o banheiro para dar-lhe um banho, enquanto eu trocava a roupa de cama e secava o colchão. Terminamos juntos e felizes, inclusive o filhotinho que já estava se sentindo bem e acolhido.
3) percebi que já somos pais mais confiantes e não ficamos com neuras de nenhum tipo, logo percebemos que era mal estar momentâneo e passageiro. 
4) não houve aquele 'cheiro azedo' comum em vômitos e que particularmente também me provoca ânsia, e isso se deve ao fato de não ter alimentos lácteos na alimentação. Pude lidar com a situação sem nojo, sem ânsia, sem problemas.

Saiu lindinho do banho, sorrindo com o papai. Convidei-o para ver vídeos e fotos deles em meu celular (ele gosta tanto de fazer isso!), e como percebi que ele ainda estava bastante desperto, disse que o ajudaria a relaxar fazendo o nosso relaxamento. O fofinho ouviu todo o relaxamento, e mesmo acordado ficou bem quietinho até dormir. 
Bem, eu... perdi o sono e fui dormir umas 4 horas da manhã. Mas não dá pra reclamar de nada, estávamos todos bem!

Foi um momento real, vivido e compartilhado, e agora registrado.
Nem terror, nem comédia, nem bem, nem mal. O mundo não é uma escolha entre sim ou não, a vida não é o certo ou o errado. Ai, essas dualidades pré colocadas como alternativas... Vamos expandir mais a consciência, ver o infinito de possibilidades que existem, isso nos aproxima mais da abundância que é viver!

O medo mostra o caminho...


Depois que o filhote nasceu, dediquei-me tempo integral a acompanhá-lo, e os motivos eu escrevi nesse post em abril de 2011. E sou tão feliz por isso! Eu quis assim, me organizei pra isso, e vivi a alegria de uma escolha. 

Os anos passaram, porém, e meu plano de dois anos se estendeu por mais 6 meses, quando voltei a atuar em escola. 

Mas a cabeça muda, e tudo o mais o que aprendi e me tornei, impulsionada pelas mudanças geradas pela busca de uma gestação saudável e um filho feliz, me trouxeram uma gama de possibilidades de rumos profissionais que me empolgam, nos quais posso criar e explorar com sensação de desbravamento.

Entretanto, tanta diversidade que há em mim sente dificuldade de canalizar para uma construção ordenada e, na profundeza do meu ser, não quero me separar do meu filho... Quando penso em dispender energia mental para outra coisa que não seja vivenciar algo com o filhote, já crio uma barreira. Estou vendo coisas que eu tanto quero não darem certo, porque sou forte o suficiente para adiá-las por tempo indeterminado. E sei disso. 

Só que não quero mais que seja assim.
Busco agora uma gerência de mim mesma, para que consiga coordenar aspectos que estão se rebelando... rs

Paula Abreu disponibilizou vídeos gratuitos de seu novo Programa, e assistindo, ela disse - em minhas palavras - que o medo de algo é justamente aquilo que devemos fazer.
Resolvi fazer o exercício escrito que ela propõe sobre o medo.
E incrivelmente (mas bastante óbvio, após escrito) é que a resposta para as perguntas:
Do que você tem medo? e...
Como vai estar daqui a 20 anos se não conseguir realizar a mudança que você quer?
é a mesma!!!!

Se eu tenho medo de me arrepender, ao não realizar a mudança que desejo, adivinhem como estarei?
Arrependida!!!

Confesso que estou com medo de me colocar em movimento, de me colocar em ação. Eu sei o quanto sou forte, capaz e se for pra me mexer, é pra valer!
Ao mesmo tempo em que escrevo isso na coluna do medo, poderia escrever tudo isso na coluna do que mais desejo: me pôr em ação!

ACONTECE QUE...

Estabeleci minha intenção pro dia e minhas prioridades. (exercício do vídeo 1)

Intencionei REALIZAR
E nas minhas prioridades, elenquei três coisas a realizar no dia.

Eu já estava chegando ao final do dia com a sensação 'ruim' de não ter feito tudo o que queria/precisava, mas aquele tudo impossível para um dia só, e ao ver minha lista de prioridades - a qual eu tinha até esquecido durante o dia, eu tinha REALIZADO AS TRÊS!!!!!

Uma alegria imensa me tomou, e quer saber?
EU QUERO MAIS!

Esse post está sendo inscrito como forma de inscrever-me ao concurso de bolsa do PESV - Programa Escolha Sua Vida, da Paula Abreu. Vocês a conhecem? É transformador!


Soneto do Desmame Poético
Motherhood, 1905.
Stanislaw Wyspianski. 

Soneto do Desmame Poético

Noite quente, litoral.
Conhecer a praia foi legal.
O dia está em sua quinta hora,
o bebê acorda e chora.

Dormindo, mas atenta,
mamãe o pega e senta.
Como sempre, abre o pijama.
Bebê senta e mama.

Espere aí... hoje não mamou!
Disse "água" e esperou.
Bebeu água e deitou.

Depois de três dias, procurou
o leite, que acabou.
Mas o colo da mamãe ficou.

Bia - blogdabia.com
Bebê aos 14 meses, em 03/03/12.




Qual é o tempo que o tempo tem? 

Muitas mulheres ficam desconfortáveis com a ideia de ficar em casa para cuidar do bebê.
Outras se incomodam só de pensar em ter de deixá-lo com outra pessoa. Sabe o que é melhor? Seguir o coração!

Li, infelizmente não me lembro mais onde foi, que algumas mulheres optam por ficar com o bebê, e sentem-se frustradas, por não saberem o que fazer. Na vida profissional, elas já haviam conquistado solidez e segurança, ou seja, já sabiam como agir nas situações.
Já em casa... o que fazer com um bebê o dia todo? Como administrar as adversidades que surgem durante o dia?

Bem, para mim é mais fácil, pois continuo a trabalhar em casa - minha formação também foi para educação infantil. Continuo a fazer o que estava acostumada. Trabalho. Todo o tempo. Tenho a honra de compartilhar a alegria do meu filho ao vê-lo sendo bem-sucedido em suas conquistas. Da mesma forma como me felicitava com filhos de outros pais, por tantos anos nas escolas e creches...
Foto: openclipart.org
Mesmo para adquirir 'experiência', precisamos de calma. Se é sua opção ter um bebê, aproveite e SEJA mãe ou pai. (A propósito, eu considero que ter um filho e ser mãe [ou pai] é beeem diferente.) 

Não importa quanto tempo passará com a criança, se o dia todo ou se 10 minutos. Aproveite! Faça o tempo render! Marque para sempre a vida dessa pessoa recém-chegada ao mundo!
Não meça o tempo que passa com seu filho pelo relógio, mas sim pelas lembranças.
Não sabe o que fazer? Dedique-se a aprender! É tão gostoso, isso eu garanto!
Vou postar várias sugestões de atividades que vocês podem fazer juntos. De vez em quando, passe aqui para ver se tem alguma nova.

Conhece o trava-língua abaixo? Depois de destravar a língua, vale uma reflexão...
O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.


Quer água, filho?

"Quer água, filho?"
Foto: iconarchive.com

Cheguei perto do bebê com essa frase, um copo e uma toalhinha (lógico!)

Ele estava engatinhando no meio dos brinquedos, riu, me olhou, sentou. 
Estendeu os bracinhos para segurar o copo! 

O post é só isso mesmo.

Talvez você não entenda a minha alegria!




Mãe é instituição!

Foto: luardabia.blogspot.com
Espera-se determinadas atitudes de uma mãe... Mas ela é só uma mulher comum! Ao 'virar' mãe, uma carga já instituída lhe é acrescentada.
A partir desse ponto de vista, ser mãe é muito mais abrangente do que engravidar ou adotar uma criança.
Pode-se considerar mãe qualquer mulher que passa a ter cuidados de maternagem: com seu filho, com um animal de estimação, com alguma escolha, outras crianças...

Você pode estar discordando da opinião emitida acima, mas provavelmente concorda com a ideia de que quem abandona o filho não é 'mãe de verdade'.
Se quem abandona, não é 'de verdade', quem assume, é!

Ter um filho, um cachorrinho ou investir num sonho - experiências únicas e distintas, mas unidas transversalmente pela possibilidade de cuidar, de se sentir mais plena, importante para si mesma e contribuindo para algo maior.
É claro que só levamos das experiências aquilo que desejamos: podemos ter um animalzinho em casa e cuidar de uma maneira mais ou menos, ter lindos filhos e quase não conviver com eles, ter a chance de maternar e dispensar - são escolhas.

Com o Dia das Mães batendo à porta, lembro do quanto transforma nosso ser assumir a maternagem, seja ela qual for... um dia nos tornaremos pais de nossos pais, não é assim?
Se você resolveu assumir a Instituição "Mãe", então te felicito neste dia, por todos os dias!

 

Quando "blogar" é sinônimo de "compartilhar"...

Eu quis usar fralda de pano no bebê, procurei a opinião entre 'amigas'.
Comecei a ler sobre multiplicar a inteligência do bebê, quis ouvir 'as outras pessoas'.
Precisei de receita para usar um monte de yacon que tinha em casa, fui atrás 'delas'.
Iria viajar com o bebê, e como 'elas' me ajudaram!

Todas essas 'amigas' e suas experiências chegaram até mim por meio de pesquisa em seus blogs...

Pude tirar dúvidas, encorajar-me e aprender muito! 

Penso que podemos ver no outro, uma face tão nossa!

Foto: maubrufe.wordpress.com


Agradeço às 'blogueiras' e aos 'blogueiros'!

Por compartilharem!





Abrindo mão

 Quando abrimos mão de alguma coisa, permitimos que ela se vá.
Podemos fechar a mão imediatamente e sentirmos um 'vazio' dentro dela.
Foto: linhasdepensamento.blogspot.com
Podemos mantê-la estendida por mais algum tempo, até que ela seja novamente ocupada, ou para que possa sentir o frescor do vento ou ainda para que seja agraciada com o pousar de uma borboleta...






Ouvindo o chamado da natureza interior...

O bebê fez ontem 4 meses!

Foto: sindromedeestocolmo.com

E há 2 dias acabou o prazo de minha licença maternidade.


A Organização Mundial da Saúde recomenda que todas as crianças recebam amamentação exclusiva com leite materno até os 6 meses de idade. Mas a gente volta a trabalhar após 4 meses...


Esse assunto é bastante delicado de se discutir por um motivo óbvio: o ponto de vista determina a visão do todo.


Há os que defendem o emprego, o capital que 'move' o mundo, e conseguem demonstrar quantitativamente a necessidade dessa volta da mulher ao trabalho.

Consequências: preferencialmente contrata-se homens ao invés de mulheres; encontra-se maneiras para 'acolher' o bebê de 4 meses fora de seu lar; são criadas alternativas para dar continuidade à amamentação, seja com fórmulas lácteas, seja com bombinhas para a retirada do leite materno.


A partir dele, outras necessidades e desejos surgem - trabalhamos mais para poder gastar mais, e como gastamos mais, precisamos trabalhar mais ainda para pagar... Ciclo sem fim e insustentável!



Toda a lógica do capital circunda sobre si mesma. Estávamos bem até que foi criada uma necessidade: vamos trabalhar para comprarmos aquele produto ou serviço ao qual desejamos.

Foto: segredinhodecomadre.wordpress.com
As famílias gastam muito para manter os filhos afastados dos pais, seja em escola, seja com babá, conforme as possibilidades financeiras de cada um.

Ainda assim, dá-se preferência a essa maneira, pois leva-se para casa algum dinheiro... que possibilitará a compra de outros produtos e serviços.



Muitas pessoas pagam, com esse dinheiro, serviços e produtos essenciais, como aluguel, luz, água, gás, supermercado. Indiscutível a manutenção no emprego!



Outras, no entanto, foram criadas dessa forma e só passam a 'questionar' esse sistema quando está com um bebezinho nos braços: tarde demais para agir com planejamento.


Há os que defendem a natureza humana: nossos 'filhotes' precisam de cuidados por um certo tempo, que vai além de 4 meses...

Qualquer ser humano pode criar outro, não necessariamente tem que ser a mãe. Mas... se a mãe está viva e apta para tal, por que não ser ela? O vínculo é naturalmente muito forte!


Foto: curiosidadesnanet.com

O exemplo dos pássaros é clássico e muito bonito: eles constroem o ninho, galhinho por galhinho, e depois que seus ovos e filhotes estão lá, vigiam, defendem se preciso, alimentam até que os filhotes tenham desenvolvido a capacidade de fazerem isso por si mesmos, e esperam pelo voo!!! 





É uma analogia poética com a condição humana - a partir da visão de que somos e fazemos parte da natureza.


Existe também o desejo pessoal, muitas vezes confundido com a pressão social recebida.

Ouço de muitas mulheres "Se eu pudesse, teria parado para cuidar dos meus filhos."

Há também que diga "Parar de trabalhar é ruim pra mulher [na lógica do capital é mesmo], porque depois as crianças crescem e nem querem mais saber da mãe."

Hã? Quando as crianças crescem? Depois? E até lá?



Sinto que o tema tem avançado, mas com pouca reflexão a respeito. É muito comum, historicamente, que uma sociedade assuma o comportamento completamente oposto ao vivido até então, na tentativa de mudá-lo.

Antes, às mulheres era 'dever' ficar em casa. Hoje é 'dever' estar fora dela... 'Deveres' culturamente constituídos. Não há espaço para a escolha? A opção pessoal fica sufocada pela pressão do grupo mais próximo. Escolha algo diferente do que preza sua família e amigos, e ouvirá os mais diversos conselhos coercitivos.



Sair do mundo do trabalho por um período, por menor que seja, nos coloca em lugares menos privilegiados na fila ao voltar. Mas há o estudo, a experiência, a busca por atualização e o esforço de fazer o melhor de si diariamente.



A regra é válida para todos os casos: o afastamento dos filhos, por menor que seja, também compromete. Mas nesse caso, não há como 'retomar e atualizar', é só dali em diante...


Sei que estou muito pendente para um lado, estou passando pela situação agora. Mas com a certeza de estar tomando a decisão que vai ao encontro de uma opção pensada e planejada com muita anterioridade.

Financeiramente haverá mudanças: deixo de gastar gasolina, de precisar de um carro diariamente para trabalhar, de pagar seguro, IPVA, revisão e pneus. Também deixo de precisar de roupas novas para ir ao trabalho, de comer fora com certa freqüência, de pagar para outros fazerem o que eu não tenho tempo de fazer e de ter outros gastos. Ah! Deixo também de receber salário, mas considerando que a saída de dinheiro também diminuirá, a conta vai ficando mais equilibrada.

Gostaria que essa opção fosse possível a todas que desejassem, e sei que, infelizmente, não é.

Também há aqui uma boa dose de esforço pessoal e definição de prioridades.
"As pessoas se convencem de que a sorte me ajudou, mas plantei cada semente que o meu coração desejou." (Coração Pirata - Roupa Nova)
Foto: petragaleria.wordpress.com 
A semente foi cuidada e regada, esperando pacientemente o momento maravilhoso da colheita!


Aprendi que a Pausa é fundamental na construção de uma Música, pois som seguido de som forma ruídos insuportáveis - a buzina está aí para comprovar...

Estou seguindo minha natureza interior...

Sou grata por essa condição de Pausa!

Pelo planejamento e organização pessoal, pelo apoio do maridão, por todos os empregadores que tive, por conseguir abrir mão de várias coisas sem sentir um pinguinho de dor.


E especialmente sou Grata por poder acompanhar cada sorriso e gesto de um filhotinho de gente tão encantador!

                                                                                                                                              


* * * * * ÀS MULHERES MÃES!!! * * * * * * *Homenagem pelo Dia das Mães*



Um blog que tem compartilhado experiências "do ser mãe" precisava falar do Dia das Mães, né?
Como em maio relembramos o assunto, mais do que cair na rede do comércio, proponho homenagear as mães, denominando-as!
Como é o nome de sua mãe, o seu enquanto mãe ou de outra de quem queira recordar?
Escreva os nomes nos comentários, vamos fazer uma postagem coletiva!
Já estou incluindo o de muitas amigas-mães! Veja se o seu está aqui!
Foto: http://revista-integra.blogspot.com


Ana - Adilana - Aretuza - Aline - Ana Paula - Aparecida - Alcina - Angélica - Adriana - Angela - Andréa - Ailse - Adnilda - Alessandra - Abimara - Agueda - Akiko - Alda - Andreia


Beatriz - Bete - Benita


Consola - Cristiane - Cleonice - Cremilda - Cacilda - Catharina - Cristina


Denize - Dulce - Deise - Débora - Dione


Evelyn - Elzir - Eva - Edina -  Edneia - Elena - Érica - Emi - Elzir - Elizângela - Elis - Elaine - Eloisa - Ednes - Elizete - Elza


Fabiane - Fernanda - Fátima - Fabrícia - Fabiana - Fábia


Geni - Gilvane - Giovana - Graça - Gildete - Gerci - Gisleine


Helena


Isabel - Izabel - Iracema - Ita - Iraci - Ivana - Ilda - Ivone - Iliane - Irani - Iara


Josefina - Janaína - Jéssica - Jônia - Joslaine - Janete - Juliana


Karyn - Kelly - Keila


Lourdes - Laura - Lariane - Lilian - Leide - Léia - Lisley - Luciana - Luzia - Luisa - Lúcia - Liliane - Lismary - Letícia - Lidiane - Leila - Lia


Margarida - Maria - Márcia - Mara - Marleide - Marlene - Margarete - Maud - Magali - Madalena - Mariana - Marta - Miriam - Mônica - Marión


Neia - Neusa - Neuza - Nádia - Noemi - Nair - Niluzia - Nadir - Neide - Nicole


Osmarina


Patrícia - Priscila - Paula - Petronilia


Rafaela - Roberta - Roseli - Raquel - Regina - Renata - Rita - Rose - Rosana - Rosicler - Rosalba - Rosa - Ruth - Rosani - Rosangela - Regiane


Sandra - Silvana - Silvina - Solange - Soraia - Sônia - Stella - Shirley - Susanne - Silmara - Sílvia - Shams - Seiko - Sayonara - Silvaneide - Simone


Tânia - Thaís - Terezinha - Thatiana


Vanessa - Vera - Virgínia - Vinciane - Vilma


Wilma - Waléria

Yolanda 


Zélia - Zilda



Sentindo os sentidos

Somos dotados de, pelo menos, 5 sentidos: tato, visão, audição, olfato e paladar.

Em cada um deles, uma possibilidade de comunicação: recebendo e emitindo informações, cada qual à sua maneira.

Acredito que muitas mães compartilharão comigo agora:

Assim que o bebezinho nasce, podemos ouvir seu choro – e registramos em nossa memória aquele primeiro contato do nosso bebê, via audição.

Em seguida nossa visão tem o privilégio de registrar o rostinho que desejamos ver por tantos meses.

Depois vem o momento mágico: encostamos pele a pele! O tato também busca eternizar aquela sensação.

O paladar é um presente que podemos proporcionar: seremos o principal alimento de sua infância.

E o olfato... Ah! Como é bom sentir o cheirinho do bebê. O cheirinho dele mesmo, porque já artificializamos tanto isso, com perfumes, cremes de corpo, de rosto, de cabelo, sabonete, amaciante... Enfim, muitas possibilidades existem de 'mascararmos' os odores naturais.

Gostaria MUITO de poder guardar o cheirinho do meu filho. As tantas fotos e filmagens que fazemos ainda não dão conta de preservar todos os nossos sentidos.





Filho Perfeito! (Aos padrinhos)

Eu tenho um filho perfeito!


Meu filho tem olhos, nariz, boquinha, mãozinhas, pezinhos, muito cabelo, barriguinha... e todo o seu corpinho é muito perfeito. Tudo beleza, em funcionamento... isso é um fato.
Mas não pára por aí a ideia da perfeição! Meu filho é o filho perfeito para mim!


Ele é perfeito... dá para acreditar que existe um menino perfeito?
Seus padrinhos me alertaram de que ele era um menino muito perfeitinho, muito bonitinho, e eu comecei a pensar nisso... e não é que ele era mesmo? Um menino muito perfeito!


Um dia, recebi num email, a frase que dizia: "Nenhuma pessoa é perfeita, até que você se apaixone por ela!".
E eu descobri que, realmente, esse é o segredo da perfeição!


Não é fazer tudo correto - aos olhos de alguém, é você estar a-pai-xo-na-dís-si-mo por aquela pessoa...
E eu estou! Descobri que seus padrinhos também estavam...


Escrevo esse post agora, mas antes, gravei no gravador essa ideia, para não deixá-la fugir, até porque não é toda hora que dá para sentar e escrever. 


Aproveitei para fazer isso de frente para o meu bebê, olhando em seus olhos, e fazendo uma espécie de 'conversa mole', para ele dormir mais rapidamente. Enquanto eu falava, ele sorria, sorria, sorria, parecia compreender que agora todo mundo teria a chance de saber que ele é perfeito!


Que dozinha... como ele está com um pouquinho de cólica, começou a resmungar e fazer caretinha de choro, mas já parou também... que essa cólica vá embora, para que fique perfeito para o meu filho!




Virando mãe me tornei mais filha!



Fui criada de maneira muito afetuosa.
Começo o texto assim, porque isso foi determinante para todo o restante... 
Então vale a pena retomar:

Fui criada de maneira muito afetuosa.

De minha mãe, de meu pai, de minhas irmãs, de todos os outros familiares e de amigos de meus pais recebi sempre muito carinho, e fui incentivada a retribuir, guardando a todos um lugar em meu coração!

Todo mundo diz que valorizamos mais os pais quando nos tornamos pais também, porque assim saberemos como é ser pai ou mãe.

Hoje, porém, quero dizer algo diferente: Tornei-me mãe e me senti mais filha!

Saímos da maternidade em 31 de dezembro, e a vovó coruja quis passar a virada do ano com o mais novo netinho.

Daquele dia em diante ficou para ajudar nos cuidados iniciais do que fosse necessário: lavar e passar as roupinhas foram sua especialidade.

Mas o que mais me marcou foi o seu carinho para comigo, querendo fazer-me gostos de comida, preparando alimentos que diz "serem bons para quem está amamentando", e afirmando que estou andando muito rápido, uma vez que preciso recuperar-me ainda da cirurgia...

Minha mãe estava, novamente, podendo ser a minha mãe naquele momento!

Era notável sua alegria em ter um novo netinho e poder acompanhá-lo tão de perto, mas daqui, do mundo a partir do meu ponto de vista, enxerguei que ela estava também grandiosa por voltar a ser a mãe que cuida, que dá carinho, que põe pra dormir... 
P.S.: ela dizia para eu dormir quando o bebê dormia.

Conforme o amadurecimento chega, vamos deixando de precisar dos doces cuidados de uma mãe. Por isso tornamo-nos in-dependentes, deixamos de ser dependentes.

Nessa fase, também particularmente interessante, muitas mães colhem frutos de seu trabalho: o filho se aproxima e a deseja como amiga, enquanto há outros que se distanciam ao máximo.

Encontrar nos pais novos amigos é um tanto desconcertante no início... Serão traçados novos limites de convivência: apesar da enorme intimidade e anos juntos, nem sempre dizemos a eles o que dizemos aos amigos mais contemporâneos.

Qual o lugar ocupa esse casal que nos gerou?

Felizmente, meus pais são meus amigões, e eu tento ser uma boa amiga para eles também. Na verdade, eu acho bem fácil e divertido: conheço todas as manias deles, pontos fracos e fortes... ;-)

Ainda assim, eles continuam sendo "pais", e sentem muita alegria por isso.

Após a volta da maternidade, entendi que essa é a melhor sensação para uma mãe: ter seu filho/sua filha bem diante de seu nariz, para poder cuidar e oferecer o seu coração!

Toda a ajuda que recebi de minha mãe no começo de minha maternidade foi de grande valia, mas sinto que fiz algo também por ela, permitindo que ela fosse minha mãe mais um pouquinho...

Se você ainda tiver essa oportunidade, permita! Permita ser cuidado, acarinhado e aconselhado por ela. Depois é você quem vai decidir se seus conselhos ainda lhe vestem bem, mas a escute - com os ouvidos do coração!

Há casais que discordam sobre a presença da mãe nesse momento. E precisam conversar para avaliar a melhor situação para si, claro.

Mas eu me sinto muito mais feliz hoje, por proporcionar (não de forma previamente intencional) a oportunidade de minha mãe reviver o caminho que eu estou apenas começando a percorrer.

Se minhas irmãs e eu não deixarmos eles serem nossos pais, o serão de mais quem? (Se bem que meus pais são tão bons e agradáveis que agregaram vários filhos postiços pela vida afora...:)


Hoje sou mãe! (Ainda me emociono ao pensar nisso...)
O amor que sinto por meu bebezinho é imenso, e quero conseguir transmitir isso a ele.

Ouvi dizer que saberia o que é ser mãe apenas sendo, mas descobri o que é ser filha!

Descobri, por mim, que a satisfação da mãe é poder ser mãe, sentir-se mãe, atuar como mãe!

Não pense que só porque você não é mãe, que essa postagem não é também para você! Com certeza você é filho! :}

Se você tem uma mãe em seu coração - biológica, adotiva ou eleita, dê-lhe a chance de ser mãe mais um pouquinho. Que seja do jeito dela: ora reclamando, ora agradando... 

Não espere pelo segundo domingo de maio - o Dia das Mães - organize o seu Dia do Filho, para que ela possa ser sua mãe.

Aos que não podem mais estar com suas mães: homenageie em seu pensamento a sua, e respeite as outras.

Ofereço esse post à mãe do meu pai, que descansou - para sempre, no último sábado.





Alcançando o maior objetivo na Vida!

Em consulta, o pediatra nos disse que só de olhar pra carinha do nosso bebê já dá para perceber que ele é FELIZ!

Foto: shutterstock.com

Qual é o seu maior objetivo na vida?




A tartaruga e a lebre


A ordem das palavras aí em cima está na ordem correta de acontecimento.

Esses dias combinamos de ir ao mercado assim que o marido chegasse do serviço.
Amamentei o bebê nos minutos finais, para fazer render o tempo em que estivéssemos fora – contando em dar a sorte dele sentir fome só na volta...

Mas e a mamãe? Também precisava se trocar! E agora? Estava em cima da hora!
Bem, a roupa já estava separada, e era simples. Eram peças que haviam me acompanhado durante boa parte da gravidez.
(Estou na fase em que a roupa antiga ainda não serve, e as roupas de grávida ficam grandes...)
Em quase 20 SEGUNDOS coloquei calça, blusa, meia e tênis! Estava pronta!
E eu levava quase 3 MINUTOS para colocar a mesma roupa no final da gravidez!!!!

Como era demorado colocar a meia... é difícil fazer isso com uma “bola” gigante entre seu tronco e seu pé!

Ufa! De tartaruga a lebre...



Criança destra, jovem ambidestra, mamãe polvo.

Quando criança fui naturalmente desenvolvendo a coordenação motora fina com a mão direita.
Na adolescência cursei a Linguagem de Sinais (comunicação com surdos) e passei a utilizá-la bastante. 
Acabei tendo  tenossinovite, inicialmente dores na mão, que foram até o cotovelo, e depois até o ombro... Virava e mexia estava eu lá, com o braço imobilizado. Por fim, comprei uma tala para colocar quando precisava aliviar um pouco as dores. Passei a viver ‘entalada’... =o)

Na ocasião eu cursava Magistério em período integral, e ao contrário do que muito pensam, não aproveitava que estava imobilizada para ‘não fazer lição’, eu fazia Magistério, lembra? Apesar de estar com 14 anos, já estudava e refletia sobre a Educação.
De tal forma que comecei a desenvolver habilidades com a mão esquerda. Acabei aprendendo a escrever – legivelmente, mas não fica bonito – e a realizar tantas outras atividades corriqueiras. Já experimentou escovar os dentes com a mão invertida ao seu costume?


A criança destra tornou-se jovem ambidestra. Já a mamãe polvo...
Como resolver pequenos detalhes do dia-a-dia tendo um bebê, e dispondo de "apenas" duas mãos?
O bebê chora, a gente pega. Aí percebe que precisa trocar a fralda. Mas já poderia aproveitar para dar um banho... Precisa encher a banheira, levar para o quarto, mas o bebê tá no colo, e chorando. Se colocar no berço, ficará nervoso demais... Humm... que difícil...
Mas a gente acaba encontrando outra mão, outro braço, sei lá, o pé abre a maçaneta da porta... Sabiam? =} 

O motivo para a bolsa do bebê virar a bolsa da recém-mamãe por um tempo é que não tem ombro para pendurar tanta coisa!
Consegui sair sozinha com o bebê para passear na casa de uma amiga: desci o elevador com bebê, bebê conforto, bolsa dele, bolo para levar na casa da amiga, álbum de fotos... É claro, precisa pôr quase tudo no chão só para conseguir rodar a chave na porta para abrir. E para fechar depois também. Para abrir o carro também... Trabalhoso... 
(E tomara que não esteja esquecendo de nada!)  ;-]



Quem deixou a mamãe sair?!


Tensão total: Eu iria sozinha ao centro da cidade...
Sozinha, sozinha... sem marido, sem bebê!!!!!

Fazia 70 dias que isso não acontecia, estava meio esquecida de como era, mas o problema maior é que eu não sabia como iria ser... Passei 9 meses do ano passado conversando com minha própria barriga, ciente de que estava sendo acompanhada por onde quer que fosse.

E agora? O bebê precisa tanto de mim (eita discurso de mãe! rsrsrs). Considerando que ele está com amamentação exclusiva no peito, há de concordar comigo, né?

Combinei o dia com uma quinzena de antecedência: aproveitaria o meio do feriado de carnaval, pois precisaria pegar as lojas abertas para comprar fraldas mais em conta, algodãozinho, pomada, e por aí vai...

E não é que o dia chegou? Ui!
Durante a manhã fui me organizando para amamentá-lo e deixá-lo dormindo. Mas esse bebezinho tem dias que passa 12 horas acordado, não dorme nada! E esse dia, como seria?

Amamentei, e para não perder nenhum minuto, o papai o segurou para arrotar. Fui!

Cheguei na garagem e me lembrei que não avisei meu marido que ele poderia ligar a qualquer momento. Pensei em ligar para avisar. Mas fui tomada por um bom senso, vindo 'sabe-se-lá' de onde... não liguei.

Entrei no carro e liguei o som, mais alto que o habitual, na tentativa de não escutar os próprios pensamentos.
Fiquei trocando de rádio, com o dedinho nervoso de costume... rsrsrs... ninguém poderia achar ruim, eu estava sozinha.

Subi a rua de casa, passei por desníveis de asfalto e fiz a curva, como uma pessoa sozinha pode fazer, sem estar grávida ou sem estar com um bebezinho no banco de trás... estranha, mas boa a sensação.

Cheguei no centro, desliguei o rádio, queria ligar para casa. Quando eu fechava os olhos, via meu bebê... e quando abria, só via pessoas com bebê andando pela cidade.

Resolvi tudo com muita agilidade!
Poderia voltar já, mas haviam outras coisas que seria bom aproveitar a oportunidade para fazer... 

Dessa vez liguei: "Ah... tá tudo bem? Que bom... Ele está acordado, mas brincando e distraído? Ah... tá..."
(Será que o danadinho não sente minha falta? Vai ver nem percebeu que eu saí, estou longe... Ah, melhor assim, né? Pelo menos pra ele...) 
[Estou me permitindo ter os pensamentos doidos, mas creio que ainda consigo ponderar bem as coisas no final. Tomara!]

Testei minha mente enviando a informação: você está como era antes do bebê, nada mudou, ele não existe...
IMPOSSÍVEL! Ele é alguém agora, tem rosto, gostos... Não tem como mais ele não ter existido!

Resumo do passeio-ópera:
Estive agoniada, mas contente!
Percebi que não havia saído sozinha, mas na minha companhia!
Se posso desejar ser boa companhia para alguém, posso ser para mim também!

Ah! E voltar para a família foi bom demaaaais! :)


Fim da quarentena...

Olha só o que já é possível fazer, mesmo com um bebezinho de 40 dias em casa!

Para fazer duas receitas simples, levei o dia inteiro.

A receita foi assim:

Separe os ingredientes.
Pára. O bebê está chorando...
Quebre os ovos.
Pára. O bebê acordou de novo e está chorando...
Mistura a farinha e pára tudo porque precisa trocar a fralda.
Amamenta.
Põe tudo na panela e comece a refogar.
Opa! Parou... como regurgita esse bebê!...
Põe o timer do celular para te avisar do tempo no forno, porque a chance de esquecer  seu bolo lá dentro é enoooorme.
Obs.: O timer tocou e eu estava longe do telefone, amamentando... kkkk

No final do dia as receitas estavam prontas, deliciosas, e a pia cheia de louça... =P

Mas valeu! :)

Torta de couve-flor com bacon e bolo de aveia com maçã e açúcar mascavo.

Aceitam um pedaço?


Mulher de peito!

Abençoadamente estou amamentando no peito!
Tenho bastante produção de leite, ainda bem, pois o bebê é bem gulosinho...
Sei que dessa forma posso transmitir o grande amor que meu marido e eu temos por ele.
Aprendi com uma amiga muito experiente e especial: “Enquanto amamentar, sinta e diga ao seu filho o quanto vocês o amam, e como esse leite leva o amor e o carinho a ele. Dessa forma, você chega a sentir o fluxo do leite saindo...”
É incrível como essa sensação é maravilhosa e inexplicável!
Que perfeição da natureza! Como pode “sair leite de mim”? E ser esse o único alimento que vai matar a sede e a fome do meu bebê, bem como levar anticorpos para mantê-lo forte e saudável. Ah! E conforme meu filhinho cresce, o leite vai se adaptando às novas necessidades dele. Perfeito!

A dor de amamentar

Na maternidade, quando me trouxeram o bebê para amamentar pela primeira vez, senti uma emoção única na vida! Mas fiquei em dúvida se estava saindo leite ou não, e aquilo estava me ‘encasquetando’... até que vi uma gotinha de leite! Que alegria!
Começou a machucar o bico do peito logo no comecinho... humm... não é nada confortável conviver com a dor e o bebê voltar a sugar ali. Eles sugam com força!
Não sei qual das “simpatias” (brincadeirinha...) deu certo, mas vou resumir aqui tudo o que fiz e posso dizer que em menos de uma semana após o nascimento do bebê, eu não sentia mais dor alguma, e nem tinha mais nenhuma fissura! Então lá vão as receitinhas:
 - No último mês de gravidez usei a técnica de esfregar o seio com bucha vegetal, aumentando gradativamente o número de vezes e a intensidade.
 - Usei a concha de amamentação após o nascimento (grande, com furinhos em cima para ventilar). Ela permite a ventilação e isola o bico do seio, que muitas vezes está ferido, do contato com o tecido.
 - Usei a pomada Lansinoh – ótima, por sinal. Parece que é a única que pode ser engolida pela criança. Ou seja, não é necessário retirá-la. Já pensou? Passar a pomada no ferimento e ter que tirar a cada 2, 3 horas? É mais esfregaço no local...
Quero dizer que respeito as mães que não conseguiram levar adiante a amamentação no peito! Se a mãe sente-se infeliz ao fazer isso – por dor ou outro motivo – como poderá transmitir tantos benefícios ao bebê? A ditadura de ter de amamentar no peito pode trazer mais dor a quem já está frágil.




Ansiedade



Muitas vezes vejo-me ansiosa para que passe logo as horas de choro, as cólicas, o período de ‘adivinhações’ do que o bebê sente e deseja.
Sinto-me triste ao pensar que junto com isso passam também os primeiros dias de vida do meu bebezinho, suas primeiras descobertas nesse mundo externo e os primeiros registros em sua memória...
Consegui então perceber que desejo que passem os problemas, e não os dias.
Dissociando as coisas – e dormindo melhor – tudo fica mais fácil! =)



Um turbilhão de emoções…
Todo mundo diz que é muito bom ter um recém-nascido em casa, e realmente é uma delícia! Mas por que omitem a parte do “Não é fácil”?
Ao mesmo tempo em que é incrível ver aquele ser que saiu de você ali, na sua frente, no seu colinho... é atordoante não saber o que fazer em várias ocasiões em que se está com ele!
Bem no comecinho toda a adaptação é “atrapalhada” por não conseguirmos descansar direito... a sensação é de exaustão!
Antes de termos a oportunidade de ensinarmos nossa linguagem ao bebê, tentamos aprender a sua linguagem... reconhecer os choros, fazer todas as verificações: “Está com fome? Com sono? Molhado? Com frio ou calor? Cansado? Há muito barulho, muita gente, muitos colos para passar? Sente cólica?”
Puxa... e depois disso tudo verificado ainda assim ouvir choro... Junte isso ao seu sono, a preocupação, as dores do pós-parto, as bruscas mudanças hormonais novamente acontecendo no corpo e o resultado... seu próprio choro! =}
Mas não há coisa melhor do que saber que, sendo do jeito que você é (até magricela como eu), temos o melhor colinho do mundo para nossos filhos!

Prévia para lidar com seu bebê:
Encontre um marido calmo!  =D
Xiii... não é o seu caso?
Bem, calmo ou não, é melhor vocês lerem algo a respeito, conversarem antes e durante o período de puerpério (pós-parto), porque é imprescindível ter, no seu companheiro, alguém que te compreenda e alivie seus sentimentos. Sabe aquele velho e afável ombro amigo? Muitas vezes só precisamos falar, expor nossos medos e anseios.
Neste momento, um dos conselhos mais sábios a serem dados é “isso vai passar”, e é verdade, sabemos que passará em questão de pouco tempo, mas é que enquanto se vive, parece interminável...

Intermináveis primeiros dias...
Fiquei com a impressão de que não sabia o que fazer, não sabia cuidar do meu bebê, e que nunca saberia! Ô dureza! Intermináveis primeiros dias...
E olha que eu já trabalhei em Berçário, em Creche, então já passei por várias experiências... trocar a fralda, dar banho, tudo isso tiro de letra, dei banho em meu bebê desde o dia em que chegamos em casa. Não acho que “vai quebrar”, como dizem...
O triste é ver seu bebezinho chorando, chorando, chorando...
A cada dia tentava algo mais na ânsia de conter o choro: após todas as verificações de necessidade dele, busquei distraí-lo com algum brinquedinho, com som, mudando de ambiente, pegando no colo, afastando os barulhos, virando de bruço, cantando, conversando, fazendo carinho, segurando em suas mãozinhas, pedindo para parar (nossa!), até que resolvi gravar seu chorinho para depois lembrarmos... (sem ter mais ideia do que fazer), e outro dia desses me peguei chorando com ele (bem, nem precisa dizer que espero que tenha sido o último recurso... nem sempre é fácil!)